BARCELOS NOS NOSSOS COSTADOS

Resenha dedicada a minha irmã Maria Gabriela de Bivar Salema de Azevedo Villas-Boas


. D. João Afonso Teles (+ 1304)
 I Conde de Barcelos, por mercê do Rei D. Dinis, em 8.V. 1298, o primeiro condado territorial em Portugal, IV Sr. de Albuquerque, Sr. de Medellin e Alconchel, Mordomo-Mor desse soberano, negociador do tratado de Alcanices. C.c. D. Teresa Sanchez, filha bastarda de Sancho IV, Rei de Castela, havida em D. Maria Alonso de Menezes. Tiveram D. Teresa Martins, V Sra. de Albuquerque, fundadora com seu marido do Mosteiro de Franciscanas de Santa Clara de Vila do Conde (1318). C.c.D. Afonso Sanches, Sr. de Vila do Conde e Campo Maior, filho bastardo de D. Dinis, Rei de Portugal, havido em D. Aldonça Rodrigues Telha. Com geração em Bivar Weinholtz, através do costados Albuquerque Gomide/Mendoça Furtado.

. D. João Afonso Teles de Menezes (1381)
 Alferes-Mor de D. Pedro I e Mordomo-Mor de D. Fernando, Reis de Portugal. Por mercê de D. Pedro I, em 10.X.1357, foi-lhe concedido o título de Conde de Barcelos, sendo o 5º na ordem de sucessão. Cerca de 1371, renunciou a este título, a favor de seu filho segundo, sendo-lhe atrbuído o título de Conde de Ourém. Foi ainda Alcaide-Mor de Portalegre, Sr. de Caminha, Valença do Minho, Penela, etc. Fundou o Mosteiro de Frades Eremitas de Santo Agostinho, em cuja Igreja da Graça, jaz sepultado com sua mulher. C.c. D. Guiomar de Vila-Lobos, filha de Lopo Fernandes Pacheco, Sr. de Ferreira d'Aves, e de sua mulher D. Maria Rodrigues de Vila-Lobos. Foram os avós paternos de D. Pedro de Menezes, I Conde de Vila Real, II Conde de Viana, I Capitão Donatário e Governador de Ceuta, Alferes-Mor do Reino, etc, que teve de D. Isabel Domingues, a "Pessegueira", D. Duarte de Menezes, II Conde de Viana, tronco dos Condes de Tarouca, e D. Joana de Menezes casada em Castela com Afonso de Bivar, tronco dos Bivar Weinholtz.

. Pedro de Mendanha (c.1430)
 Foi, juntamente com outros fidalgos castelhanos, como Alonso Garcia de Chaves e Afonso de Bivar, um indefectível apoiante da causa da Princesa de Castela D. Joana, a Excelente Senhora (ou Beltraneja, segundo os seus adversários), sobrinha e protegida de D. Afonso V, Rei de Portugal. Pedro de Mendanha era Alcaide-Mor de Castro Nuño, que depois da batalha de Toro se tornou no bastião daquela causa, mas também o alvo das investidas dos castelhanos e aragoneses. Não obstante a corajosa defesa, o Alcaide Pedro de Mendanha, não conseguiu resistir ao cerco e foi forçado a negociar os termos da rendição com Fernando de Aragão, futuro "Rei Católico" (com Isabel de Castela).
Embora lhe fosse garantida a restituição das honras, privilégios e bens que possuía em Castela, Pedro de Mendanha preferiu ficar em Barcelos, de cujo castelo foi Alcaide-Mor, por mercê de D. Afonso V. Aqui se fixou com sua mulher, D. Inês de Benevides, e com seus filhos, com larga descendência.
Pedro de Mendanha era meio-irmão de Pero Garcia de Chaves, filho do 2º casamento de seu pai, Luis de Mendanha com D. Ana Garcia de Chaves. Pero Garcia de Chaves passou de Ciudad Rodrigo a Almeida onde fixou residência, sendo aí referenciado como vassalo do Rei D. João II com armas e cavalos. Algum tempo depois é eleito Procurador do Concelho de Almeida e nesta qualidade é o 1º subscritor do requerimento para o novo foral da vila, em 6.XI. 1506. Outro dos subscritores do documento é seu filho Pero Garcia, depois alcunhado de "o Rico", Escudeiro-Fidalgo da Casa do Rei D. Manuel I, fundador e o 1º Provedor da Misericórdia de Almeida e instituidor da Capela Vinculada de São João, em Almeida. Este Pero Garcia e sua mulher, D. Catarina Fernandes, tiveram 9 filhos, cuja descendência toca a maior parte da Nobreza Histórica de Portugal. No entanto, a unica linha que manteve, durante 3 séculos, o nome Garcia foi a de seu filho Duarte Garcia, pai de Isabel Garcia, casada com Manuel de Bivar, 3º neto, na varonia, de Afonso de Bivar, o já citado apoiante de D. Afonso V e tronco dos Bivar Weinholtz.

. Fernão Dias Borges
 Alcaide-Mor de Barcelos, Fidalgo do Conselho de D. João II. Filho de Diogo Gonçalves Borges, Sr. da Torre de Moncorvo, Comendatário de São Miguel de Refóios e das Quintas de Joia e Corgo, e de sua mulher D. Maria Lourenço de Castro. C.c. D. Catarina Álvares e teve uma unica filha, D. Branca Borges que c.c.seu primo Pedro Vaz de Castro, Fidalgo da Casa de D. João II, com geração em Bivar de Azevedo, através do costado Possolo.

. Torre de Azevedo, em Barcelos
Construída entre os séculos X e XI, restaurada e acrescentada em várias épocas, integrava o imemorial Couto e Honra de Azevedo, possuido por gerações de Ricos-Homens e Infanções de apelido Azevedo, oriundos da estirpe dos de Baião, uma das 5 linhagens que "andaram a la guerra a filhar el reino de Portugal" e são as fundadoras das famílias históricas portuguesas.
Uma das figuras mais notáveis desta família foi D. Lopo Dias de Azevedo, XIV Sr do Couto e Honra de Azevedo, VII Sr. da Quinta de Crastro, I Sr. de São João de Rei, Aguiar de Pena, Jales e Terras de Bouro, etc., eleitor do Mestre de Avis nas Cortes de Coimbra, seu companheiro, então Rei D. João I, na jornada de Ceuta, c.c. D. Joana Gomes da Silva, filha do Rico-Homem Gonçalo Gomes da Silva, Sr. de Vagos, Chefe dos Silva, e de sua mulher D. Leonor Gonçalves da Fonseca Coutinho. Destes foram seus filhos, entre outros:
1. Lopo Dias de Azevedo (II)
 Sr. da Ponte de Sôr, Aguiar de Pena, Alcaide-Mor de Sintra etc, partidário do Infante D. Pedro , o da Alfarrobeira, C.c. D. Brites Garcez, dama aragonesa. Tiveram D. Aldonça de Azevedo, c.c Pedro de Bivar, com geração em Bivar Weinholtz Fora do casamento, Lopo Dias de Azevedo teve António de Azevedo, cuja descendência se fixou em São Pedro de Penaferrim, Sintra, de onde um seu descendente terá passado a Goa, na segunda metade do século XVIII, aí constituindo o ramo dos Azevedo de Goa.
2. João Lopes de Azevedo (+1433)
II Sr. de São João de Rei, das Terras do Bouro e da Quinta do Paço, Vila Real. C.c. D. Leonor Leitão, filha de Vasco Martins Leitão, Sr. da Ota e Albufeira, Alcaide-Mor de Portalegre e de sua mulher D. Inês Afonso Pimentel. Destes nasceu, entre outros, D. Beatriz de Azevedo c.c. Vasco Martins de Melo, Guarda-Mor de D. João I e de D. Duarte, Alcaide-Mor de Évora e de Castelo de Vide. Com geração em Bivar Weinholtz, através do costado Mendoça Furtado.
3. D. Filipa de Azevedo
C.c. Luis Gonçalves Malafaya, Rico-Homem, Embaixador a Castela e Roma, Vedor da Fazenda de Lisboa, achou-se na tomada de Ceuta. Foram os progenitores dos Azevedo Malafaya que passaram à India, em 1758, nas pessoas dos irmãos D. Luis Inácio e D. José de Ataíde de Azevedo Malafaya, ambos oficiais do exército do Reino, sendo o segundo antepassado dos Azevedo Queiroz, a que pertencia D. Maria Angelica de Azevedo Queiroz c.c. o Coronel do Exército da India José Xavier de Azevedo, com geração nos Azevedo de Goa.
4. D. Maria de Azevedo
Havida fora do casamento, c.c. Gonçalo Anes Borges, Sr. da Terra de Álvaro, Beira, das Honras de Calvos, Arco do Boelhe e Ourilhe, Basto. Com geração em Bivar de Azevedo, através do costado Possolo.
Luis Bivar de Azevedo

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